Nos últimos anos, inúmeros estudos revelaram que aumentar o contato com a natureza não só melhora a saúde física, mas também aprimora o bem-estar mental.

Durante a pandemia, alguns de nós que vivemos em ambientes verdes podemos ter desenvolvido uma apreciação pelos espaços verdes e os da urbanização tendem a procurarar mais parques e jardins para ter tranquilidade e alegria desejada.

A importância da natureza para a saúde mental e física

A vida urbana é uma invenção relativamente recente na linha do tempo da evolução humana. Talvez seja essa novidade da vida urbana que explique nossa afinidade duradoura com a natureza e os espaços verdes.

O biólogo Edward O. Wilson propôs sua hipótese da "biophilia" em 1984, sugerindo que nosso passado evolutivo influencia a resposta positiva do nosso cérebro a estímulos como árvores, prados, lagos e rios - características que historicamente aumentaram as chances de sobrevivência de nossos ancestrais.

Benefícios da interação com a natureza

Independentemente de a hipótese de Wilson se confirmar, uma riqueza de pesquisas nos últimos anos confirma que a interação aumentada com a natureza não só melhora a saúde física, mas também fortalece o bem-estar mental.

As evidências abrangem estudos sobre distúrbios psicológicos específicos como depressão, ansiedade e transtornos de humor.

Os pesquisadores também descobriram que a exposição à natureza melhora o sono, alivia o estresse, aumenta a felicidade, reduz as emoções negativas, promove interações sociais positivas e até mesmo melhora o senso de significado na vida. Este ambiente melhora diversas funções cognitivas, incluindo atenção, memória e criatividade.

Impacto da natureza na saúde mental

A vegetação urbana não só absorve partículas prejudiciais e poluentes provenientes do transporte e atividades industriais, mas também potencialmente melhora a saúde mental ao fazê-lo. Evidências crescentes sugerem que a exposição a tais poluentes danifica o sistema nervoso central, correlacionando com certas doenças mentais como a depressão.

A vegetação urbana também auxilia na redução da poluição sonora, um fator estressor que perturba o sono.

Em muitas culturas, visitar espaços verdes está mais associado a atividades sociais como piqueniques do que com exercícios físicos. Este aspecto social da natureza traz benefícios por si só: socializar reduz sentimentos de solidão, ansiedade e depressão.

Além disso, residir em bairros solidários e comunitários também beneficia a saúde mental - espaços públicos agradáveis servem como catalisadores para a coesão comunitária.

Tendências e futuro das áreas verdes urbanas

Interessantemente, alguns impactos da natureza na felicidade parecem ser inteiramente psicológicos. Apenas neste ano, pesquisadores suíços descobriram que admirar a natureza de casa reduz o ruído percebido, sendo o efeito mais pronunciado quanto mais próximo se está de espaços verdes.

A Teoria da Restauração da Atenção hipotetiza para explicar este efeito, sugerindo que o foco cognitivo cotidiano afeta negativamente o humor, enquanto os estímulos inerentes da natureza proporcionam um ambiente sensorial restaurador para a fadiga da atenção.

Além dos benefícios para a saúde mental, ambientes naturais saudáveis proporcionam uma série de "serviços ecossistêmicos" cruciais, desde ar e água limpos até ciclagem de materiais, prevenção de enchentes e polinização.

À medida que a compreensão dos benefícios da saúde da natureza se aprofunda, aliada às nossas experiências durante a pandemia de COVID-19, a tendência em direção à arborização urbana está em andamento.

Apesar de nossa existência cada vez mais urbanizada, o desejo e a necessidade de espaços verdes nunca diminuíram. Da saúde física ao bem-estar mental, da interação social à sustentabilidade ecológica, a natureza nos concede presentes abundantes.

Conforme nossa compreensão desses benefícios cresce e é validada por experiências em primeira mão durante a pandemia, antecipamos avanços adicionais na arborização urbana. Portanto, vamos continuar a valorizar e investir em espaços verdes, promovendo a saúde humana e criando ambientes mais agradáveis para futuras experiências urbanas.