Histórias do saco de chá
Amanda Fernandes
| 11-12-2024
· Equipe de Alimentação
A lenda remonta ao consumo de chá em 2737 a.C., com métodos que permaneceram constantes até 1901.
Ao contrário do que se acredita, o importador de chá Thomas Sullivan não inventou o saquinho de chá em 1908; foi Roberta C. Lawson e Mary Molaren em Milwaukee, Wisconsin, que patentearam um "saquinho de chá" de malha de algodão em 1901.
Enfrentando o antigo problema da frescura do chá e do desperdício, a invenção delas assemelhava-se de perto aos saquinhos de chá modernos. A adaptação posterior de Thomas Sullivan de envelopes de seda para amostras levou, inadvertidamente, à invenção acidental do saquinho de chá.
Apesar dos desafios iniciais, os saquinhos de chá ganharam popularidade nos anos 1920 nos EUA, embora os britânicos fossem inicialmente céticos. O Reino Unido adotou os saquinhos de chá nos anos 1950, com uma participação de mercado de 3% no final da década. A jornada do saquinho de chá revela uma evolução da engenhosidade para a aceitação global.
A narrativa do chá e sua jornada desde tempos antigos até o saquinho de chá moderno é uma exploração fascinante da engenhosidade humana e da evolução de uma bebida apreciada. Remontando a 2737 a.C., o chá era um pilar cultural, mas os métodos de preparação permaneceram em grande parte inalterados até um ponto crucial em 1901.
Roberta C. Lawson e Mary Molaren, originárias de Milwaukee, Wisconsin, têm a distinção de patentear a versão inicial do "saquinho de chá" em 26 de agosto de 1901. A solução inovadora delas enfrentou um desafio persistente que os entusiastas do chá enfrentavam há séculos: a necessidade de preparar chá uma xícara de cada vez. Essa limitação resultava no desperdício de folhas de chá e dinheiro, pois grandes porções frequentemente não eram consumidas e perdiam a frescura.
A solução da dupla envolvia um conceito revolucionário - um saquinho de malha de algodão que podia conter uma pequena quantidade de chá. Colocar este saquinho diretamente em uma xícara permitia o desfrute imediato de chá fresco.
Sua patente, concedida em 24 de março de 1903, marcou um avanço significativo na conveniência da preparação do chá. No entanto, apesar de seus esforços pioneiros, fontes históricas sugerem que Lawson e Molaren tiveram dificuldades para levar sua invenção ao mercado em grande escala. A história toma um rumo interessante com Thomas Sullivan, um importador de chá de Nova York, que tropeçou inadvertidamente na ideia do saquinho de chá em 1908. Sullivan, visando promover suas diversas misturas de chá, fornecia amostras em pequenos envelopes de seda.
Alguns destinatários, em vez de esvaziar o envelope, o usavam diretamente para preparar o chá, inventando inadvertidamente o saquinho de chá. Reconhecendo o potencial, Sullivan mudou de seda para gaze, encheu os saquinhos com folhas de chá trituradas e pó de processamento, e iniciou uma campanha de marketing que revolucionaria o consumo de chá.
Embora a adaptação de Sullivan tenha tido impacto, a veracidade de sua história permanece desafiadora de verificar. No entanto, o apelo dos saquinhos de chá estava em sua facilidade de uso, superando desvantagens iniciais, como o uso de cola para selar os saquinhos, afetando o sabor do chá. Nos anos 1920, os saquinhos de chá tornaram-se imensamente populares nos Estados Unidos. Os americanos abraçaram a conveniência, mas do outro lado do Atlântico, os britânicos permaneceram céticos.
Somente nos anos 1950 os saquinhos de chá ganharam espaço no Reino Unido, coincidindo com uma tendência mais ampla de introdução de produtos para simplificar as tarefas domésticas. Até o final da década, os saquinhos de chá conquistaram uma participação de mercado de 3% no Reino Unido, superando sua popularidade nos EUA durante o mesmo período.
A jornada do saquinho de chá, desde as mentes inventivas de Lawson e Molaren até a descoberta acidental de Sullivan, reflete não apenas a evolução da preparação de chá, mas também a aceitação global de uma maneira conveniente e eficiente de desfrutar dessa bebida atemporal.