História do Consumo de Leite
· Equipe de Alimentação
O leite, assim como o pão, há muito tempo é considerado um alimento básico nas dietas ocidentais, mas nem sempre foi assim.
O presente artigo visa demonstrar o que levou o leite a se tornar a bebida diária por excelência em todo o mundo.
Na cozinha de hoje, o leite ocupa uma posição notável ao lado do pão como um dos itens alimentares fundamentais e cruciais.
Quando tempestades e furacões atingem, os supermercados ficam rapidamente sem itens essenciais como pão, papel higiênico e leite.
No entanto, o consumo generalizado de leite é um fenômeno relativamente recente.
No século XIX, europeus e americanos viam o leite principalmente como alimento para crianças. A ideia de tomar um copo alto e gelado de leite ao lado do prato de café da manhã era considerada peculiar naquela época.
Por outro lado, produtos como queijo e manteiga, com sua história mais longa, são universais, sendo preservados ao longo dos séculos para durar mais do que o leite fresco.
O leite fresco, especialmente como alimento para bebês, enfrentava riscos crescentes, como o crescimento bacteriano nos locais de produção e lojas duvidosas, misturando-o com outras substâncias e água. Não era um companheiro ideal para o pão.
A historiadora “Deborah Valenze” identificou diversos eventos no final do século XIX e início do século XX que desempenharam um papel na reformulação da percepção do leite.
A demanda por padrões e práticas mais seguros, como a pasteurização, tornou-se crucial para o leite. Simultaneamente, havia um interesse crescente na terapia alimentar, enfatizando o consumo dos alimentos mais puros e simples.
O leite, sendo rico em gorduras, carboidratos e proteínas (componentes essenciais para o corpo humano), ganhou reconhecimento.
À medida que o conhecimento nutricional se aprofundava no início do século XX, os pesquisadores descobriram altos níveis de gordura, carboidratos e proteínas no leite.
Apesar de uma queda temporária de estima, foi identificada uma nova vitamina no leite, abordando deficiências dietéticas. A indústria de laticínios prosperou, com os agricultores produzindo mais do que podiam vender. No entanto, a conversão de leite excedente em doces, fórmulas e produtos plásticos tornou-se uma prática comum.
Estimular as pessoas a consumir mais leite tornou-se uma prioridade para os agricultores.
Em 1920, uma tempestade perfeita de ideias surgiu, com a comunidade agrícola, especialistas científicos e o governo endossando coletivamente o conceito de leite perfeitamente nutritivo.
As opiniões atuais, no entanto, são menos favoráveis ao leite devido a preocupações com seu alto teor de gordura.
Numerosos estudos não conseguiram estabelecer uma ligação clara entre o consumo de leite e a redução de casos de ossos quebrados, um suposto benefício.
Apesar disso, é reconhecido que uma dieta saudável pode ser mantida sem leite, embora ainda seja amplamente considerado um alimento básico.