Evolução do áudio automotivo
Matheus Pereira
| 25-09-2024
· Equipe de Veículos
Nos primórdios da década de 1920, não foi uma grande empresa de áudio ou um fabricante de carros que deu origem ao sistema de áudio automotivo, mas um grupo de apreciadores da música e nerds da tecnologia.
Seu objetivo simples era curtir música ao mesmo tempo que dirigiam, então dedicaram seu tempo livre para descobrir como fixar um rádio alimentado por bateria no painel do carro.
O grande desafio enfrentado por esses pioneiros do áudio automotivo não era gerar um som de alta qualidade, mas fazer com que os alto-falantes funcionassem efetivamente em um veículo em movimento. Os rádios daquela época eram volumosos, parecendo grandes latas com tubos de vácuo térmico e exigindo baterias robustas para funcionar, em vez disso, eles eram carregados por aí.
Para superar essas limitações, os especialistas do setor procuravam incansavelmente soluções melhores. Embora haja debate sobre qual empresa pioneira desenvolveu o primeiro rádio personalizado para carros, o momento de avanço ocorreu em 1930 com o Motorola Modelo 5T71 da Corporação de Manufatura Galvin. Isso marcou o primeiro rádio para carros comercialmente bem-sucedido, focando não em adicionar recursos, mas em eliminar interferências e oferecer uma experiência auditiva clara.
Com a Motorola, os motoristas podiam desfrutar de rádio FM mono sem serem perturbados pelo ruído - um momento revolucionário no áudio automotivo. Conforme aumenta a demanda, os rádios para carros se tornaram um recurso padrão nos automóveis até o final da década de 1930, embora a instalação ainda fosse cara e demorada.
Em 1954, o Regency TR-1, o primeiro rádio transistorizado produzido em massa do mundo, surgiu, pavimentando o caminho para o som HiFi nos carros. Os anos 1960 sinalizaram a introdução de verdadeiros estéreos para carros, substituindo os rádios mono. A procura por música dentro do carro seguiu com várias tentativas, incluindo o efêmero Chrysler Highway Hi-Fi e dispositivos inovadores capazes de reproduzir discos padrão.
A era do vinil enfrentou desafios no carro devido aos requisitos precisos da agulha. Em 1962, Earl "Madman" Muntz apresentou o Autostereo, o primeiro gravador de fita automotivo usando o cartucho de quatro pistas Stereo-Pak. Embora fosse inovador, outras inovações como a fita cassete compacta e o cartucho de fita de oito pistas o eclipsaram.
Em 1969, o Stereo-Pak foi descontinuado, e as fitas cassete assumiram, permitindo virar manualmente, mas garantindo capacidade de rebobinar. A procura por música no carro persistiu, e em 1965, a Ford e a Motorola introduziram o tocador de fita de oito pistas no carro. Cinco anos depois, o tocador de fita cassete surgiu, garantindo melhor qualidade de som e permitindo a criação de "coleções de fitas" personalizadas.
A qualidade do áudio do carro melhorou com avanços como a redução de ruído Dolby B e o processamento de sinal digital. A indústria de reposição permitiu que os proprietários de carros modificassem seus sistemas de áudio para uma experiência mais imersiva.
Conforme o final do século XX se aproximava, o áudio automotivo evoluía, proporcionando não apenas música, mas um meio de expressão pessoal para os motoristas.